quinta-feira, 13 de maio de 2010

História de merda 3 O Retorno



HISTÓRIA POR FELIPE MAYORGA AMIGO DO BLOG

Eu ouvi essa história dos meus primos, mas não lembro o nome do personagem principal. Também posso me enganar em alguns pormenores, pois ouvi essa fantástica história de superação já há alguns anos. Vamos chamá-lo de Brian.

A tragédia

Estava Brian um dia em sua escola, o Americano Batista no centro de Vitória. Seria mais um dia normal em sua formação estudantil, não fosse o trágico e incontestável fato de que ele estava com diarréia, clichê bastante explorado nessa fraternidade de celebração ao desastre escatológico em que estamos reunidos.
Pois bem, o pobre Brian, não suportando mais segurar o fruto do seu ventre, sentindo as pregas se afrouxando, saiu da sala no meio da aula rumo ao banheiro. Taí um detalhe que não sei explicar bem. Por algum motivo, em sua desesperada busca por um banheiro, a única opção era o banheiro que fica em frente à quadra esportiva. Brian, desesperado, teve que percorrer uma grande distância até lá. Distância tão grande aquela, que Brian não aguentou se segurar: no meio da quadra esportiva, fez-se um fétido RASTRO MARROM que ia até o banheiro.

Suando frio, nosso herói em primeiro lugar tentou se limpar, pois estava com calças, meias e sapatos irremediavelmente borrados. Algum zelador lhe providenciou roupa nova para se trocar, sem que no entanto, alguém limpasse a quadra. Eis que toca o sinal do recreio, e para horror de Brian, aquela massa inquieta de crianças começou a sair de sua toca. Logo os estudantes perceberam a sujeira que se espalhava pela quadra, e se deram conta do que havia acontecido. Em segundos, centenas de crianças se tumultuavam na porta do banheiro gritando CAGÃO, CAGÃO, CAGÃO!

A reviravolta

Foi então que Brian, quase se deixando vencer pelas lágrimas, respirou fundo, estufou o peito, e percebeu que não havia nada a se fazer. Não havia como recuperar a sua reputação. Não havia como sair do banheiro sem se identificar. Os garotos do lado de fora exigiam a apoteose do espetáculo, e a paz jamais seria restaurada enquanto o compositor da obra não surgisse das cortinas para ser ovacionado.
Resignado, Brian abriu a porta, encarando a multidão, que foi ao delírio. "CAGÃO, CAGÃO, CAGÃO!" - talvez todo o centro de Vitória estivesse ouvindo agora. Cercado pelos flashs, pela comoção pública, pelos braços erguidos, pelas vozes exaltadas, Brian ergueu seus próprios braços, punhos fechados, posição triunfal - e caminhou entre a multidão.
Um corredor se abria diante dele. Aos gritos de "CAGÃO!" Brian subiu as escadarias do colégio, sendo seguido pela multidão. Como nos filmes do Rocky Balboa, ao chegar ao topo, ele olhou para trás triunfante. Seus seguidores emocionados ainda gritavam, enquanto ele pulava com os braços erguidos, no seu dia de glória.

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